Jovens individados – Por Marcelo Segredo
Quase 40% dos jovens já tiveram ou têm o nome sujo
Certamente você já ouviu aquela velha frase: “Os filhos são reflexo dos pais”, certo? Pois bem, esse é um ditado popular preciso e verdadeiro. Pesquisa publicada em 6/5/2019 revela que 40% dos jovens com idade compreendida entre 18 a 24 anos já estiveram ou estão na lista negra do cadastro de devedores. Preocupante, não?
Jovem com nome sujo
Afinal, de quem é a culpa disso? Podemos atribuir boa parcela de culpa aos próprios pais, uma vez que esses jovens cresceram vendo os pais comprando tudo a prazo (carro, geladeira, televisão etc.); outra parcela, o marketing agressivo, e terceira parte para a precária educação recebida nas escolas.
Enquanto na Europa e América Central as crianças aprendem educação financeira nas escolas e também dentro de casa, na América Latina, principalmente no Brasil, são estimuladas ao consumo.
Em 12/2010, saiu a primeira pesquisa sobre esse tema. Na ocasião concedi dezenas de entrevistas sobre esse tema para jornais, revistas, emissoras de rádio e tv, alertando que era necessário incluir a gestão financeira familiar no país. Caso contrário, a situação se agravaria ainda mais. Pois bem, foi exatamente isso que aconteceu. Hoje são mais de 62% das famílias brasileiras com o nome sujo, endividadas.
Veja, esses jovens mal entraram no mercado de trabalho e já estão com o nome negativado; muitos acabaram de sair de cursos universitários, com toda uma vida, uma carreira pela frente. O nome sujo, porém, pode ser um grande empecilho, uma pedra no sapato.
Jovem endividado pode complicar toda a família
Esses números refletem um ambiente carente de educação financeira e de mentalidade de poupança. O que torna o problema mais grave para quem faz parte das gerações Z e Y é que há evidente escassez de emprego e dificuldade de acesso a esse tipo de conhecimento.
Muitos pais, ao verem seus filhos nessa situação, acabam comprometendo a renda familiar na ânsia de socorrê-los.
Nome sujo é exclusão social
A partir do momento em que seu nome está negativado, automaticamente você passa a ser rejeitado e marginalizado pelo mercado de trabalho. Empresas deixam de contratar por entenderem que pessoas endividadas estão mais predispostas e cometer desvios financeiros com o intuito de pagar as contas, ou seja, o nome negativado na prática funciona como uma sentença condenatória. Algumas empresas chegam ao absurdo de demitir funcionários por esse motivo torpe.
90% das restrições de nome são ilegais
Sim, é verdade. A Lei nº 15.659, de 9 de janeiro de 2015, determina que o nome do devedor somente poderá ser incluído nos órgãos de restrição ao crédito após o devedor ser devidamente notificado, ou seja: isso deve ser feito via correios com AR – Aviso de Recebimento, e ou através de Notificação Judicial. No entanto, o SCPC e Serasa limitam-se a enviar carta simples, fazendo a inclusão do nome de forma ilegal. Portanto, se você teve seu nome incluído de forma ilegal, saiba que é direito seu tirar essas restrição e ainda pedir indenização por danos.
Como resolver esse problema a curto prazo?
Não vejo mudanças a curto prazo na educação do país, e os órgãos públicos que oferecem educação financeira gratuita à população em boa parte recebem patrocínio de instituições financeiras ou de seus parceiros. Logo, não se trata de uma “educação financeira confiável”, pois existe conflito de interesses.
A educação financeira pura deve ensinar a gestão financeira familiar, além dos procedimentos na gestão da crise financeira, como sair do endividamento sem se complicar. Esses órgãos ensinam as pessoas a procurar o banco para renegociar suas dívidas, são incentivadas a trocar dívida cara por dívidas mais baratas através de refinanciamentos, o que é um grande erro. Muitos chegam a comprometer terceiros como fiadores e avalistas ou dão bens em garantia.
Solução imediata para o endividamento
Há mais de 15 anos foi instituída a Clínica Financeira. São sessões privadas individuais ou em família onde são analisadas a situação financeira, dívidas assumidas e seus riscos contratuais, blindagem patrimonial, bem como o planejamento financeiro e acompanhamento do devedor até que o problema seja resolvido, quitando a dívida com descontos de até 95%. Já nesse período o devedor é iniciado no universo dos investimentos: o que se pagava de juros é investido de imediato e as dívidas são quitadas à vista. Corta-se o mal dos juros pela raiz, devolvendo o equilíbrio e a saúde financeira ao cidadão.
Planilha de Gestão Financeira familiar gratuita – solicite gratuitamente enviando e-mail para: atendimento@ongabc.org.br
Por Marcelo Segredo – Consultor Financeiro
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